A concepção de educação de Freire está
fundada no caráter inconcluso do ser humano, o homem não nasce homem, ele se
forma homem pela educação, por isso, a educação é formação.
A educação tem sentido porque o mundo não é necessariamente
isto ou aquilo, e os seres humanos são tão projetos quanto podem ter projetos
para o mundo. O homem é inacabado e possui consciência de seu inacabamento,
isso é importante para que ele se torne autônomo, assim, com a liberdade o ser
humano foi transformando a vida em existência e o suporte em mundo.
A indigência, a pobreza, a insuficiência de
recursos materiais, limitam a possibilidade de decisão, limitam a liberdade, e
assim, limitam a autonomia. Por esse motivo, uma educação que busca formar para
a autonomia deve estar preocupada com a transformação dessas condições concretas
que limitam a autonomia. Essa transformação tem caráter político, por isso a
educação está vinculada indissociavelmente com a política.
Da mesma forma que não é possível entrar na
chuva sem se molhar, não é possível educar sem revelar a própria maneira de
ser, de pensar politicamente.
A prática educativa que propomos deve ser uma
tomada de posição frente ao mundo no sentido de transformá-lo para que
condições heterônomas sejam superadas, para que se estabeleçam relações e condições
que possibilitem a autonomia.
A PRÁTICA EDUCATIVA SEGUNDO PAULO FREIRE
Entre educador e educandos não há mais uma
relação de verticalidade, em que um é o sujeito e o outro objeto. Agora a pedagogia
é dialógica, pois ambos são sujeitos do ato cognoscente. É o “aprender
ensinando e o ensinar aprendendo”.
A lição maior como educadores que temos de
Freire é a preocupação com o social, a busca de alternativas e propostas devem
ser uma constante em nosso dia a dia, no sentido de resgatar o “homem”, o
“cidadão” e o “trabalhador” da alienação de seu “ser”, de seu exercício de
cidadania e de sua dignidade.
Na escola formal, a pedagogia de Paulo Freire
requer um professor problematizador da realidade, pois trata-se da pedagogia da
pergunta que requer diretividade, através de uma relação dialógica e dialética
entre professor e aluno, a proposta pedagógica de Freire, centraliza-se na
dimensão do conhecimento, no sentimento de aceitação do outro, da interação, da
intersubjetividade.
A revolução necessária para a transformação
social que não considera o amor, apenas substituirá o opressor – o oprimido
passa a ser o opressor – que continuará a mesma lógica da dominação. A
revolução deve ser entendida como um processo, uma mudança democrática e não
apenas como uma ruptura. A revolução é um processo político pedagógico de transformação,
que requer reconstrução do poder em novas formas de relação, a revolução que
deve ocorrer é uma grande ação cultural para a liberdade, realizada pelo povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário